Quão vil e baixa pode ser a natureza humana? Hoje, assisti perplexo uma reportagem sobre alguns "cidadãos abutres" que, se passando por voluntários, roubam os donativos destinados às vitimas das tragédias no estado de Santa Catarina.
Ou ainda membros do "digníssimo" exército brasileiro cujo papel seria garantir a ordem e uma logística eficiente de distribuição das doações tinha, tanto entre seus 'soldadinhos' quanto entre seus comandantes, verdadeiras hienas - acertadamente descritos nas palavras do jornalista Alexandre Garcia - por suas atitudes sorrateiras e quase necrófagas, carniceiras.
Que não sejamos ingênuos de nos escandalizar apenas com a situação atual sem lembrar dos inúmeros 'servidores' municipais, nos confins desse país de todos e de ninguém, que se apossam dos cartões do programa Bolsa Família, deixando famílias inteiras entregues à F O M E; realidade que nem eu e provavelmente nem vc, que está lendo o 1 Porcento, consiguimos imaginar o quão ruim é.
E assim a roda gira, o MP se agita e a imprensa faz um barulho aqui, outro acolá, mas no Brasil do "tudo posso na impunidade que me fortalece" o escárnio de hoje é apenas, e infelizmente, a manchete velha de amanhã, porque não há dúvidas de que os "soldados hiena" não serão expulsos do exército (a corporação não carregaria essa mácula) os "comandantes hienas" da tal tropa serão apenas remanejados e os "cidadãos abutres"... bem, com boa defe$a e talvez algum $erviço comunitário" ficarão "bem na fita"... ou seria "bem na fauna"?
"Penso que não cegamos, penso que estamos cegos, cegos que vêem, cegos que, vendo, não vêem" - Ensaio sobre a Cegueira - Saramago.
